Por Gustavo Nunes de Aquino - Advogado e Jornalista
Onze de agosto é dia do advogado. Sem desmerece as demais, considero a advocacia a mais linda das profissões. Tenho essa convicção na certeza de que sem esse profissional não haveria Justiça e sem Justiça não haveria sociedade.
A história atesta a importância do advogado e registra seu papel fundamental na formação da civilização, nas lutas libertárias e pela democracia. São inúmeros eventos que contaram com a crucial participação desse profissional do direto. Só para citar alguns: o movimento que extinguiu a escravidão no país, a Proclamação da República, direito do voto às mulheres e aos analfabetos, organização sindical, defesa dos perseguidos políticos durante a ditadura, elaboração de Constituições etc.
A palavra advogado vem do latim advocatu e significa aquele que é chamado para ajudar. Afirmou Rui Barbosa, com muita propriedade, que o primeiro advogado foi o primeiro homem que, com influência da razão e da palavra, defendeu os seus semelhantes contra a injustiça, a violência e a fraude.
Nesse norte, ser advogado, conforme seus mandamentos, é ter fé no Direito como melhor instrumento para a convivência humana; é ter fé na Justiça, como destino normal do direito; na paz, como substituto bondoso da Justiça; e, sobretudo, ter fé na liberdade, sem a qual não há direito, nem Justiça, nem paz.
A Constituição de 1988 dispõe no seu art. 133 que o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Para Roberto Busato, ex-presidente da OAB, a Carta Maior ao alçá-lo ao nível de preceito constitucional, o constituinte definiu-o para além de suas atividades estritamente privada, qualificando-o como prestador de serviço de interesse coletivo e conferindo a seus atos múnus público.
Exercendo tal encargo, o verdadeiro advogado não busca somente o sucesso pessoal e material. Ele trilha o caminho, árduo e lento do Poder Judiciário, no anseio de promover o bem comum e saciar os desejos de justiça dos que precisam. Isso nobilita o seu espírito, enriquece a sua alma e renova as suas forças, mantendo-o enérgico e intrépido nas batalhas do exercício profissional, não o deixando esmorecer diante os desafios e dificuldades.
Lapidando a pedra bruta da desigualdade social e malhetando a iniqüidade deve o advogado ser o porto seguro em defesa da cidadania, da igualdade, da dignidade da pessoa humana e da Constituição.
Jubilo-me em ser advogado e parabenizo a todos aqueles colegas que escolheram tão linda profissão e exercem seu mister, acima de tudo, com amor e ética, promovendo a Justiça e distribuindo a paz social.